sábado, 23 de agosto de 2008

Trans-Sib #9 Irkutsk-Baikal

Acordar cedo e tomar um belo pequeno-almoço no Hotel Angara! Havia que aproveitar o facto de termos que domir no hotel para registar os vistos tendo já pago uma dormida numa pensão! E que belo pequeno-almoço!
E lá fomos nós a correr por Irkutsk (envolta num espesso nevoeiro) até ao Grand Baikal Hostel, procurando chegar antes da D. Irina, evitando assim termos que explicar porque não tinhamos dormido na pensão! Faltava ainda arranjar a explicação de não ter fome ao pequeno-almoço... Acabámos por chegar a tempo!


Irkutsk amanheceu assim... envolta num espesso nevoeiro!


Era necessário chegar antes da D. Irina...

O pequeno-almoço (o segundo naquele dia!) foi menos farto, não nos livrando, no entanto, de tentar explicar à senhora que normalmente não tinhamos muita fome logo pela manhã! Saímos, novamente a correr, para o terminal de autocarros... temos autocarro às 10H00 para Khuzhir, na ilha Olkhon, no Lago Baikal.
A primeira questão era saber como identificar o autocarro correcto! Não fossemos ainda acabar num transporte para outro destino! Fomos bem sucedidos junto de um grupo de jovens russos que depressa apontaram o dedo para um deles, à pergunta "Do you speak english?". Depois foi necessário entender o que o motorista pretendia quando apontava para as mochilas e para dentro do terminal... "Ah, ok, temos que pagar uma taxa de bagagem!" E lá foi ele comigo tratar do assunto junto da bilheteira, sempre me livrei do trabalho de explicar o que queria!


Prontos para uma viagem de 7 horas?


Pelo menos parece ter bom aspecto... até tem cortinados nas janelas!


Não estava a brincar quando disse 'cortinados'... (o buff serviu para tapar a boca por causa do pó)


Será que o Bill Gates passou por aqui... acho que já vi este cenário no meu computador!


Últimos quilómetros em terra batida... e não é o Lisboa-Dakar!

E lá fomos nós, até Olkhon, numa viagem de cerca de 7 horas, onde a parte final do percurso é feito em estrada de terra batida e cheia de pó, interrompida apenas pela travessia num ferry que nos leva até à ilha! Vim o caminho todo a falar com dois alemães que estavam a fazer a mesma viagem que nós mas no sentido inverso, o que foi excelente para obter informações dos próximos destinos!
Khuzir não se parece com nada senão com ela própria! É a povoação maior desta ilha e o seu centro não é mais do que um terreiro largo entre duas estradas! Alcatrão não existe (e na realidade estradas também não!), as ruas são de terra batida e existem verdadeiras valas que correm paralelas ou atravessam o caminho! Mas nem assim os condutores abrandam a condução!


Podia ser uma cidade nos arredores de Joanesburgo ou Pretória!

Sunny Hostel, um conjunto de pequenas casas de madeira (aliás, tudo é de madeira nesta ilha!), quase no cimo de um monte, que nos permite ter uma visão geral de Khuzir! Parece um bairro nos arredores de uma qualquer cidade africana!
Fomos acolhidos pela Evgenia, uma jovem rapariga, simpática e que fala inglês... fantástico! Depois de nos mostrar o nosso quarto numa das casas, ofereceu-nos uma refeição de boas vindas, peixe-frito (frio), tomate, uns bolos que sabiam a pastilhas Pirata e chá para acompanhar. Pouco depois apareceu com uma caixa cheia de peixe fumado que nos ofereceu... o famoso Omul do Baikal!


'Eu tenho uma casinha assim, assim...'


Peixe-frito (frio), tomate, pão e 'bolos Pirata', uma refeição de boas vindas!

Aproveitámos o final do dia para fazer umas compras no supermercado local, onde só se fala russo e utilizam um ábaco para fazer as contas!
As refeições são servidas num género de refeitório, e o jantar era composto por um cozido de couves e carne, uma bola de peixe, peixe marinado e chá (claro!). Mas havia quem preferísse um hamburguer ou um bife com batatas fritas! No Baikal é mesmo assim, a carne é demasiado cara e o peixe não falta no lago!



À espera do ferry; na travessia para Olkhon; provando o omul fumado; uma porta no Nikita's GuestHouse (onde não conseguimos reservar!)

Aproveitei antes de me deitar para dar uma volta ao pôr do sol... está frio, mas o cenário é demasiado belo para se perder!


Um fantástico pôr-do-sol no Baikal!


São momentos que não se esquecem...


BRUTAL!